O LIVRO DOS MÉDIUNS

Espiritismo Experimental - O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos Evocadores
GUIA DOS MÉDIUNS E DOS EVOCADORES ENSINO ESPECIAL DOS ESPÍRITOS SOBRE A TEORIA DE TODOS OS GÊNEROS DE MANIFESTAÇÕES, OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO COM O MUNDO INVISÍVEL, O DESENVOLVIMENTO DA MEDIUNIDADE, AS DIFICULDADES E OS TROPEÇOS QUE SE PODEM ENCONTRAR NA PRÁTICA DO ESPIRITISMO CONSTITUINDO O SEGUIMENTO DE O LIVRO DOS ESPÍRITOS
PRIMEIRA PARTE - Noções preliminares
CAPÍTULO I - Há Espíritos?
2. Desde o momento em que se admita a existência da alma e
sua individualidade após a morte, é preciso admitir também: 1o) que ela é de uma natureza diferente do corpo, já que, uma vez separada deste, não mais possui suas propriedades; 2o) que ela goza da consciência de si mesma, visto que a ela se atribuem a alegria ou o sofrimento; de outra forma seria um ser inerte e, para nós, de nada valeria possuí-la. Admitido isto, esta alma deve ir para algum lugar; o que acontece com ela e para onde vai? Segundo a crença comum, ela vai para o céu ou para o inferno; mas onde estão o céu e o inferno?
Diziam, outrora, que o céu ficava no alto e o inferno embaixo; mas o que significam o alto e o baixo no Universo, uma vez que se conhecem a redondeza da Terra, o movimento dos astros, que faz com que o que está no alto, num dado momento, esteja embaixo daí a doze horas e o infinito do espaço no qual o olhar mergulha a distâncias incomensuráveis? É verdade que por lugares baixos, compreendem-se, também, as profundezas da Terra; mas o que se tornaram essas profundezas desde que foram escavadas pela Geologia? O que se tornaram, igualmente, essas esferas concêntricas chamadas céu de fogo, céu das estrelas, desde que se sabe que a Terra não é o centro dos mundos, que o nosso próprio Sol é apenas um dos milhões de sóis que brilham no espaço e que cada um representa o centro de um turbilhão planetário? Que é da importância da Terra, perdida nessa imensidão? Graças a que privilégio injustificável este imperceptível grão de areia, que não se distingue nem pelo seu volume, nem pela sua posição, nem por um papel particular, seria o único povoado por seres racionais? A razão se recusa a admitir esta inutilidade do infinito e tudo nos diz que esses mundos são habitados. Se são habitados, fornecem, portanto, seu contingente ao mundo das almas; porém, mais uma vez, que é feito dessas almas, visto que a Astronomia e a Geologia destruíram as moradas que lhes estavam designadas e, principalmente, depois que a teoria tão racional da pluralidade dos mundos as multiplicou ao infinito? Não podendo estar de acordo com os dados da Ciência a doutrina da localização das almas, uma outra doutrina mais lógica estabelece-lhes por domínio, não um lugar determinado e circunscrito, porém o espaço universal: é todo um mundo invisível no qual vivemos, que nos cerca e incessantemente nos acotovela. Haverá nisto uma impossibilidade, algo que repugne à razão? De modo algum; tudo nos diz, ao contrário, que não pode ser de outra forma. Mas, então, que é das penas e das recompensas futuras, se tirais delas os lugares especiais? Observai que a incredulidade, no que concerne a essas penas e recompensas, é geralmente provocada porque apresentam-nas em condições inadmissíveis; mas dizei, em vez disso, que as almas haurem sua felicidade ou sua desgraça em si mesmas; que a sorte delas está subordinada ao seu estado moral; que a reunião das almas simpáticas e boas constitui uma fonte de felicidade; que, segundo o seu grau de purificação, elas penetram e entreveem coisas que, diante das almas grosseiras, se dissipam e todo mundo compreenderá, sem dificuldade; dizei mais: que as almas não chegam ao grau supremo senão pelos esforços que fazem para melhorar-se e após uma série de provas que servem para sua purificação; que os anjos são as almas que atingiram o último grau da escala, o qual todas podem atingir com boa vontade; que os anjos são os mensageiros de Deus, encarregados de velar pela execução de seus desígnios em todo o Universo; que são felizes por desempenharem essas missões gloriosas e dareis à sua felicidade um objetivo mais útil e mais atraente do que o de uma contemplação perpétua, que não seria outra coisa senão uma inutilidade perpétua; dizei, finalmente, que os demônios são simplesmente as almas dos maus, ainda não purificadas, mas que podem chegar, como os outros, à perfeição e isto parecerá mais de acordo com a justiça e a bondade de Deus do que a doutrina de seres criados para o mal e perpetuamente a ele destinados. Mais uma vez, eis o que a razão mais severa, a lógica mais rigorosa, o bom senso, numa palavra, podem admitir. Ora, essas almas que povoam o espaço são precisamente o que se chama de Espíritos; os Espíritos não são, portanto, outra coisa senão as almas dos homens, despojadas de seu envoltório corporal. Se os Espíritos fossem seres à parte, sua existência seria mais hipotética; porém se se admite que há almas, é preciso também admitir os Espíritos, que são simplesmente almas; se se admite que as almas estão por toda a parte, é necessário admitir, igualmente, que os Espíritos estão por toda a parte. Não se poderia, portanto, negar a existência dos Espíritos sem negar a das almas.

Estes textos serão atualizados a cada nova semana, texto atual semana de 24-11 a 01-12-2018.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

lindomar coutinho 5


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